04 maio, 2007

O Captain, my captain!

"Não serei o primeiro a abandonar o barco". A propósito desta frase de Carmona Rodrigues, um poema de Walt Whitman:

(imaginem um vereador do PSD no papel de narrador, substituam "ship" por "CML", "the people all exulting" por "the people all exausting" e reparem como se adequa bem à situação)

O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done;
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring:
But O heart! heart! heart! 5
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.

2

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;
Rise up—for you the flag is flung—for you the bugle trills; 10
For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you the shores a-crowding;
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! dear father!
This arm beneath your head;
It is some dream that on the deck, 15
You’ve fallen cold and dead.

3

My Captain does not answer, his lips are pale and still;
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will;
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done;
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won; 20
Exult, O shores, and ring, O bells!
But I, with mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.














O jardim de JJ

Comecei a ganhar algum respeito por JJ ao mesmo tempo que fiquei farto das verborreias que sobre ele se dizem, mais a utilização das suas acções políticas (e não só) como abertura de telejornais e artigos de opinião. Até na própria figura de JJ há hoje um simbolismo que representa tudo aquilo que é mau na política. Um homem fisicamente semelhante a um porco, que engordou à custa do povo madeirense e o exibe através das fumaças soltas por um charuto.

Mas JJ é mais um símbolo daquilo a que a que as sociedades modernas podem chegar. Repare-se: a Madeira tinha todas as condições para ser um paraíso na terra, como já o foi nos anos 50/60. Uma espécie de Hawai para o país. Mas com a eleição deste senhor, juntamente com um desinvestimento na formação da população, o esquecimento territorial por parte do cont'nente , e a proliferação impune de políticas que só são possíveis porque a Madeira tem governo próprio (não esquecer), as coisas estão na situação em que estão: JJ com sessenta e tal por cento de intenções de voto e o principal partido da oposição com 16 ou o que é e a dizer que não é possível fazer oposição a JJ. O que é curioso é que JJ é eleito pela população madeirense. Nem nos devíamos rir disso, porque já tivemos o Santana Lopes como primeiro-ministro.

Por outro lado, JJ é enervante para a classe política porque faz o que todos os outros não são capazes. Utiliza a arma que tem ao dispor, o poder democrático, e atinge a república como esta fosse um animal inocente. Ainda por cima é uma pessoa que conhece muito bem a constituição e nunca dá passos em falso. Há alguma coisa que tenha dito ou feito que não seja legal? Se não o é porque não há investigações parlamentares e judiciais sobre isso? Não é JJ que é o palhaço do cont’nente, é o cont’nete que é um bonequinho de JJ, porque o é permitido. Houvesse outros políticos com a coragem de JJ e se calhar estas diatribes não lhe eram permitidas. Diriam: “Mas isso não era um estado democrático”. E este, é?

03 maio, 2007

JJ no seu jardim

Juntamente com a demissão (pormenor meramente formal) por não concordar com as restrições orçamentais impostas pelo “Governo de Lisboa”, João Jardim (JJ) continua em jeito de na minha casa mando eu. Faz dezenas de inaugurações e gasta 4 vezes mais do que nas últimas eleições em que foi candidato (2004). Ou seja, faz de Sócrates um parvo, faz de Cavaco um parvo e só não faz da maioria dos Madeirenses uns parvos, porque estes há décadas que já o são.

JJ descerra placas e/ou corta fitas em tudo o que lhe aparece pela frente. Público ou privado pouco importa, são já domínios pouco distinguíveis em terras de sua majestade (a ilha e o rei são outros). A Madeira é um jardim, a Madeira é do Jardim.

Vias públicas, obras privadas, lojas comerciais, hotéis que já estão em funcionamento, prédios que estão por concluir, tudo, mas mesmo tudo, é dele.
Como quem não deve não teme, acresce a pompa e circunstância necessárias, bem como a ampla e mediática cobertura pelos seus orgãos oficiais de campanha – RTP-M, RDP-M e Diário de Notícias da Madeira. Por fim, para que de dúvidas nem uma réstia, desloca-se em campanha partidária numa viatura oficial do Governo Regional.

“Com milhões faço inaugurações. Com inaugurações ganho eleições.” Eis a máxima que, por estes dias, se atribui a JJ. Mais claro do que isto é impossível, que lhe seja dado o mérito de dizer abertamente o que outros tentam fazer dissimuladamente.

Cá para mim, bem feito era uma Baía dos Porcos à Portuguesa. As premissas estão lá todas: há uma ilha, há um ditador e há um povo des... hã... pois, afinal não é possível, falta a parte do povo descontente. Paciência, ficará tudo como está, assim como assim a outra baía também não resultou.

PS: Consta que Paulo Portas (PP) por estes dias usa todo o seu tempo livre a reler O Príncipe, o Mein Kampf e a ver embevecido as gravações de todas as aparições públicas de JJ. É preciso ter cuidado, tudo começa com um sonho. Basta imaginar o que seria uma aliança JJ-PP...

02 maio, 2007

Fumar/Não fumar

Entre o fumar e o não fumar (que por mim, já passou umas boas vezes), a legislação que aí vem restringe o fumo em alguns locais públicos, como os restaurantes com espaços inferiores a 100 m2. NPor ser tão evidente, nem sequer vale a pena adiantar mais sobre o assunto, além do que está escrito neste post de Fernanda Câncio
A não ser, claro, que sejamos o Miguel Sousa Tavares.