31 julho, 2007

Bergman, Antonioni, Serraut

Ingmar Bergman morreu ontem. Os primeiros meios a dar a notícia foram os jornais online. Numa questão de minutos, conseguiram depoimentos de alguns cineastas e cinéfilos portugueses, tendo mesmo um deles ficado surpreendido por ainda não saber da notícia. Mas logo se pronunciaram sobre o “lendário” realizador sueco como “para lá da história do cinema” (Joaquim Sapinho), responsável por “uma relação sensualista entre as personagens e o mundo” (Joaquim Sapinho), um homem que “compreendeu o cinema como uma companhia de teatro” (Jorge Silva Melo), este último caso não abonando muito a seu favor. À noite, todas as televisões falaram deste fatal desaparecimento. Jornais insuspeitos nestas andanças, como o Destak, sublinharam o fim de Bergman. Quantas pessoas terão visto um filme dele? Quantas terão gostado? Deixando isto para trás: o que nenhum dos habituais comentadores estava à espera era que, horas mais tarde, outro realizador “lendário”, Michelangelo Antonioni, iria também morrer. Dessa forma, a morte do segundo terá sido abafada pela morte do primeiro. Quem se iria pronunciar pela morte do segundo depois de se ter pronunciado sobre o primeiro como o maior de sempre? E Antonioni, seria um realizador de segunda, com o “Blow Up” e o “Profissão: Reportér”? São estes os problemas de endeusar algumas figuras. Imaginemos que Manoel de Oliveira também morria. Dada a prioridade por causa de ser português, já estou a ver os títulos. “Europa fica sem cineastas. Oliveira era o maior, mas Bergman e Antonioni não eram maus”. Os comentadores ficam baralhados, sem saber o que dizer. Não será melhor fazer pré-obituários? Afinal, quem ficará surpreendido por uma pessoa com a idade deles morrer? E Michel Serraut, um “lendário” actor francês que morreu entre Bergman e Antonioni? Quem falou dele?

06 julho, 2007

The Simpsons

“A family can sit down and watch it, but a snarky writer from the Observer respects it, and so does someone who's wearing a dirty cat cap and driving a truck across the plains”. Isto é Conan O’Brien, do Late Night Show, a falar do que melhor tem The Simpsons, onde foi argumentista. Pode ser encontrado na Vanity Fair de Agosto.