22 maio, 2006

Silly Season antecipa-se à época de Incêndios

À semelhança da época de incêndios, também a chamada silly season da política foi antecipada. Desde as eleições presidenciais que os jornais se vêm gregos para definir os respectivos alinhamentos – excepção feita à TVI que mesmo com 1:30m de telejornal se vê obrigada a publicar a resposta de Carlos Cruz em fast forward, por falta de tempo.
Assim, e depois de muito aguardar, vejo-me obrigado a regressar ao meu tema preferido, Cavaco Silva, mesmo não havendo nada para contar.
Começo por fazer o meu mea culpa: afinal o contributo de Cavaco para a retoma económica do país é positivo – desapareceu. Não sendo uma boa notícia para quem nele votou, é uma óptima notícia para quem, como eu, não queria que fosse eleito. A verdade é que se não ajuda, não tem atrapalhado. Pelo menos por enquanto. Das duas vezes que o vi cumpriu exemplarmente o seu papel: nas comemorações do 25 de Abril fez o discurso inócuo do costume, no Jamor entregou a taça e sorriu – tarefas árduas mas o facto é que, em abono da verdade, não comprometeu.
Resumindo, este início de mandato de Cavaco tem-se pautado por deixar correr tudo como está: Sócrates governa à PSD, com a mesma pompa mas com mais eficácia, não há portanto necessidade de intervir.
Contrariamente ao que seria de esperar, no que politicamente interessa vive-se um período de calmaria que pouco ou nada tem incomodado o governo. A sociedade civil bem tem tentado rebocar a oposição, mas a consequência tem sido invariavelmente a mesma: a inconsequência.
Marques Mendes e Ribeiro e Castro estão virados para dentro tentando a todo o custo evitar um “golpe de estado”. A comunicação social já decidiu que se tratam de líderes a prazo por isso só resta esperar.
Jerónimo de Sousa, com o abrandamento das falências e dos despedimentos, tem tido dificuldade em criar agenda.
O Bloco anda às voltas fazendo contas às cabeças versus lugares com medo que o fim da rotatividade se concretize.
Com maioria absoluta, sem oposição e com o resto dos Portugueses demasiado ocupados de calculadora na mão, Sócrates só não faz boa história se não quiser.

PS: Não perca o próximo post - Carrilho, Rangel e as Vacas. Num blogue perto de si...

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