05 junho, 2006

Sexta-Feira, 02 de Junho, da era Floydiana

As 70 mil pessoas que não arredaram pé ao longo de 2 horas e meia de um concerto que começou já depois da meia-noite, tinham o direito de ouvir aquilo que as fez ir lá.
Suportado por uma banda competentíssima, um coro de vozes femininas de topo - The Great Gig in The Sky roçou a perfeição, um surround sound system verdadeiramenete impressionante e uma carga visual e pirotécnica com conta peso e medida, Roger Waters apresentou na passada 6ª feira, de forma soberba, o concerto que os fãs dos Pink Floyd queriam ver e ouvir. Tecnicamente perfeito.
Waters foi (depois da saída de Barret) a verdadeira alma e o génio criativo de uma das maiores bandas de sempre. O único elemento verdadeiramente insubstituível. Se dúvidas existiam, pelo menos para quem esteve no parque da Bela Vista deixaram de existir.
As 10 torres de som espalhadas pelo recinto faziam girar à nossa volta helicópteros, relógios, máquinas registadoras… No palco sucediam-se fotografias de Syd Barret e imagens de álbuns emblemáticos como Wish You Were Here, The Wall, The Final Cut ou Animals, com Sheep a encerrar a 1ª parte.
Uma envolvência audiovisual que nos transportava para onde quiséssemos ir. Arrepios, muitos arrepios, embora a noite estivesse quente.
A primeira parte do concerto, com cerca de 90 minutos, voa a sabor de momentos simplesmente brilhantes: Have a Cigar (Wish You Were Here), Southampton Doc ou The Fletcher Memorial Home (The Final Cut) são apenas alguns dos muito exemplos.
A segunda parte é inteiramente dedicada à reprodução integral de um dos maiores álbuns da história da música – The Dark Side of the Moon. A projecção do círculo Floydiano, o jogo de luzes psicadélicas e só os coelhos fogem (Run, Rabbit Run…em Breathe), de resto ninguém arreda pé. É difícil colocar em palavras.
No “encore”, grita-se a plenos pulmões Bring the Boys Back Home. Por fim, Confortably Numb deixa-me assim mesmo, confortavelmente dormente, ainda do lado de lá.

4 comentários:

Anónimo disse...

ZD não contesta que, após Barret, Waters tornou-se o centro dos Floyd, mas na sexta-feira em certos momentos (na Sic Radical) faltou ouvir a voz de David Gilmour.

beterraba disse...

Claro que não eram os Pink Floyd que estavam em palco, daí que me tenha referido a um concerto tecnicamente perfeito e a um Waters acompanhado por uma banda competente. Se naquela noite Waters surgisse rodeado por Mason, Wright e Gilmour, como aconteceu no último live aid, sería um concerto para uma outra dimensão. Contudo, soa bem mais a Pink Floyd Waters com uma banda suporte (volto a repetir, mesmo muito boa), do que os restantes 3 elementos sem Waters.

Anónimo disse...

Invejo-te Beterraba! Invejo-te porque estiveste presente no concerto de um dos maiores ícones da música mundial de sempre!
À semelhança de um amigo (ZD sabe de quem falo) fico arrepiado com os sons e com toda a encenação que Waters consegue criar nos seus concertos.
Waters é responsável pelo espectáculo mais emblemático, mais perfeito que já tive o privilégio de assistir (não ao vivo, infelizmente). Falo claro de "The Wall". Tudo naquele espectáculo foi criado por Roger Waters e grande parte desse espectáculo foi apresentado na bela vista.
Imagino a emoção de estar a assistir a um concerto de uma figura que marcou a história da música e que preenche o imaginário de milhões de pessoas...

Anónimo disse...

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