22 setembro, 2005

Folhetim terceiro-mundista

05 de Maio de 2003, Fátima Felgueiras Brasileira, acusada de 23 crimes entre os quais corrupção passiva, peculato e abuso de poderes, foge à justiça Portuguesa rumo ao Brasil.
21 de Setembro de 2005, a poucos dias das eleições autárquicas, Fátima Felgueiras Portuguesa regressa. Revela uma atitude e um discurso que só me fazem sentir uma palavra – NOJO! Nada de novo.
"Sempre disse que me entregaria à justiça e foi isso que fiz”, diz Fátima Felgueiras com a confiança de quem se sente intocável. O que todos queremos saber é porque fugiu.
As medidas impostas pela juíza que optou por libertar Fátima Felgueiras foram, pasmem-se, o termo de identidade e residência e a obrigatoriedade de não se ausentar do país. Fátima Felgueiras não chegou a invocar a imunidade diplomática. Não precisou, presume-se.
Fátima Felgueiras lamenta os julgamentos mediáticos de que se queixa ter sido alvo, como se tivesse permitido à justiça o verdadeiro julgamento. A presunção de inocência vai fazendo cada vez menos sentido, mesmo quando for julgada e, previsivelmente, absolvida dos crimes de que é acusada.
Fátima Felgueiras fugiu, disse-o várias vezes, porque não acredita na justiça Portuguesa. Eu, confesso, sinto-me tentado a dar-lhe razão.
Estes 2 anos de Fátima Felgueiras, o seu discurso eleitoral à chegada, a recepção dos Felgueirenses, mostram-nos como estamos cada vez menos encaixados neste continente. Quem sabe se por qualquer movimento tectónico nos conseguimos desprender, fisicamente que é o que resta, desta Europa que não pára de nos fugir.

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