15 novembro, 2005

Porquê votar num candidato?

Depois de ter visto a entrevista de Cavaco Silva na TVI e as declarações de Mário Soares em Guimarães, cheguei ao fim de uma ideia que por diversas vezes já me tinha saltado à memória durante esta campanha eleitoral. De todo o lixo que lhes sai pela boca, há um tema que nunca tocam, tal como o fazem os outros candidatos (ainda com discursos mais idiotas). É a abstenção. Com os políticos, está também a comunicação social e os comentadores periféricos que apoiam um ou outro candidato. Em 2001, nas últimas presidenciais, a percentagem de votantes foi de 50,91%. Se bem me lembro, houve depois, da parte de Jorge Sampaio, que vencera esse escrutínio, o apelo ao voto para que a abstenção não fosse a grande vencedora nas eleições que se iam fazendo. E por pouco que não foi. Nestas eleições, há um medo da abstenção que permanece escondido. E faz falta lembrar que as sondagens, que vão discutindo quem vai À frente e quem vai atrás, não consideram os não votantes. O barulho que todos os candidatos fazem, beneficia todos. Serão mais votos no geral, naturalmente repartidos por cada um. É como se não houvesse o direito a não votar em nenhum dos candidatos ou, dito de uma forma positiva, é como se o cidadão fosse obrigado a votar num dos candidatos ao lugar. Este é um facto próprio das presidenciais e, a bem dizer, anti-democrático. Em nenhuma outra eleição das que temos se passa o mesmo. Será por se tratar de pessoas e não de partidos? Em conjunto, não há ninguém que perca; despacha-se a culpa para o partido. Mas quando é uma cara que concorre, só uma pessoa perde.

1 comentário:

Tiago Franco disse...

Eu já me decidi.

Quero ver o Dr. Mário Soares a acabar a carreira com uma derrota que o remeta para o terceiro lugar. Ele já andava esquecido lá para os lados do parlamento europeu, não consigo compreender o que lhe passou pela cabeça quando se meteu nesta aventura depois de ter anunciado o seu retiro.

Ouvir uma pessoa, ligada à democracia em Portugal desde que foi adoptada, falar em renovação dá-me vontade de rir.

Abraços,
Gama Franco